quarta-feira, 13 de julho de 2016

Nasceu a minha vida

Foi no dia 3 de Julho de 2016, num domingo quente, que tudo aconteceu.
As dores eram regulares mas não incomodativas. Ainda fui almoçar fora, fui dar uma caminhada e tomei um banho quente. As dores já só tinham um espaçamento de 5 em 5 minutos e eu decidi ir ao hospital, embora tivesse as minhas dúvidas sobre se realmente estava em trabalho de parto. Sou mãe de 1ª viagem e nunca tinha tido contrações sérias na vida. Aliás, eu acho as contrações muito parecidas às cólicas intestinais. Estava com receio de chegar ao hospital e que me dissessem que o que eu tinha era uma valente crise intestinal.
Cheguei ao Hospital e fui logo chamada, na urgência de Obstetrícia. Eram 19 horas e o médico que me atendeu, embora com um feitio especial, foi atencioso e bastante profissional. Estava na CUF Descobertas e, de facto, senti-me confortável e acarinhada durante todo o processo.
O parto estava agendado para o dia 5, mas a  Leonor decidiu querer nascer por ela própria. O médico examinou-me e confirmou: estava em início de trabalho de parto, mas com apenas 1 dedo de dilatação. Portanto, segundo o Dr. ainda ia demorar. Levaram-me logo para o meu quarto. Pude ter o meu marido e os meus pais comigo no quarto, o tempo todo. Estava a dar um jogo do Europeu na TV. Penso que era a Islândia com mais alguém (País de Gales, será?). O papá da Leonor estava nervoso. Mas empolgado e feliz. Entrou uma enfermeira que me fez o 2º toque. Ás 20 horas tinha 4 dedos de dilatação. As contrações aumentaram de intensidade. Pedi a epidural, que demorou a chegar. Estava sentada na cama, preparada para a tal "pica da felicidade", mas o médico nunca mais aparecia. Disse ao meu marido que tinha que me deitar porque não aguentava. Assim que me virei de lado, senti a água a escorrer-me pelo corpo. As águas tinham rebentado. A enfermeira chegou: 7 dedos. Foi a correr chamar o anestesista. Epidural administrada, foi como umns choques nas costas. Passados 15 minutos ainda sentia dores, embora não tão fortes. A minha médica chegou ao Hospital neste momento e faz-me um toque: 9 dedos! Decidiu dar-me mais uma ajudinha na veia, porque a epidural foi dada muito tarde e provavelmente fez pouco efeito. A partir daqui sim, sentia-me leve. Não sentia dores. Levaram-me para a sala de partos.
Lembro-me de não sentir medo mas de estar a tremer. Disseram-me que era da medicação. Olhei pra o meu marido, de toca e de bata e pensei o quão perfeito era aquele momento.
Pediram-me pra fazer força na 1ª contração. Senti, literamente, o corpo da Leonor dentro do canal da vagina. Foi uma sensação estranha mas linda. A contração passou. Veio outra, Fiz força e senti que tinha conseguido. A médica ergueu-a no ar e eu chorei. Ela era perfeita, linda. Colocaram-na no meu peito e nesse momento eu soube que ia amá-la para toda a vida. Nada mais interessa. A minha filha é fruto de um grande amor e a minha missão de vida é fazê-la feliz! Foi às 22:34 que a princesa nasceu. E vou guardar este momento para toda a minha vida. Pequena, com 2590 gramas, mas com a força de um gigante.

1 comentário: